Segundo alguns analistas, a elevação dos IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) irá prejudicar o poder de compra das pessoas e aumentará o custo das empresas. O IOF incide nas operações financeiras que envolvem crédito, seguros, investimentos e até câmbio, dessa forma fazer empréstimos, ficará mais caro tanto no caso de pessoas físicas ou jurídicas.
O educador financeiro do Insper Ricardo Rocha diz que “A majoração do IOF aumenta o custo efetivo total, especialmente na tomada de crédito. A contratação de seguros também fica mais cara. Nas operações de câmbio, há aumento da tributação. O resultado é um custo maior para as transações, e quem paga é o consumidor. Toda vez que tem majoração do IOF, os serviços financeiros ficam mais caros.”
Ele explica também que, diante da promessa do governo que esse aumento no IOF durará apenas até o final do ano, é normal pensar em prorrogar a tomada de crédito. Mas acredita que a chance é de que a taxa Selic, já tenha aumentado o suficiente para cobrir qualquer economia feita com IOF até o início do ano que vem.
Já o economista Otto Nogami, que também do Insper, explica que a alta do IOF vai impactar diretamente no poder de compra das pessoas no cenário mais doméstico e caso das pessoas jurídicas, uma das principais consequências é o encarecimento dos trabalhos, o que pode levar ao repasse de custos aos consumidores e contratantes de serviços uma inflação mais alta.
Ele afirma que “o capital de giro fica mais caro, assim como financiar a atividade produtiva, a compra de maquinário. Então, na verdade, acaba impactando toda a economia que depende dos serviços financeiros.”
CENÁRIO DESFAVORÁVEL
Diante desse cenário de altas inflações e desemprego, Nogami acredita que a alta inesperada veio no pior momento possível. “Principalmente levando em conta que estamos com perspectiva de queda do PIB e que o IOF acaba contribuindo para um aumento da inflação. O momento não era oportuno, isso gera mais desconfiança com o governo.”
Apesar de o cenário ser bem desfavorável, Otto Nogami acredita também que o governo manterá a alta no IOF. “A percepção é que o aumento veio para ficar. O governo está sem espaço fiscal nenhum. Se o país tiver retomada, com crescimento da arrecadação, talvez o governo consiga ajustar para um patamar mais baixo. Mas a história mostra que, se o governo tomar essa decisão, vai para o esquecimento e fica lá.”
“É uma boa oportunidade para criar o importante hábito de poupar para poder consumir posteriormente. Quando estamos falando de um produto que tem valor agregado mais baixo, vale mais a pena esperar, juntar dinheiro e comprar à vista”, diz Nogami.
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